Ps. Artista, a mim, desconhecido.
O dito da vez
A explosiva descoberta
Ainda me atordoa.
Estou cego e vejo.
Arranco os olhos e vejo — Carlos Drummond de Andrad

28 de ago de 2012
27 de ago de 2012
21 de ago de 2012
Inverter a História
Charge: Duke
Alto lá! Os jovens e
os pensadores dos anos 50 precisavam achar a ponta desse emaranhado, para
ajudar a mudar o curso dessa história. Ao verem a triste situação do mundo e de
si mesmos, eles se perguntavam: tanta busca, tanto sonho, tanto amor, tanto
trabalho, para NADA?
Onde está o bem? Qual
é a linha que o separa do mal? Haverá uma saída para evitar que esta aventura
de viver não termine na morte com nossas próprias unhas?
Onde está a verdade:
na ciência? no ser humano?
Uma certeza: a
ciência não responde a tudo. Ela não é tão autônoma corno aparentava, mas está
amarrada a um projeto de sociedade. Há de se buscar na Filosofia um conjunto
coerente de resposta,, para o dilema de viver.
A Filosofia apareceu
como uma nova paixão capaz de indicar novos caminhos. A, sabedoria dos jovens
pensadores angustiados percebia que a vida é incerta, é ambígua. Nada é como
nos ensinavam os velhos filmes de caubói, em que o chapéu do herói metido em
brigas jamais cai, seu revólver jamais descarrega e ele sempre acaba dando um
beijo (cinematográfico...) em sua noiva.
Hollywood punha
divisórias na tela: de um lado ficava o índio, sempre traidor e ignorante; do
outro, o branco, doce conquistador (de mulheres e terras alheias), acompanhado
de crianças lourinhas e música romântica. O bem e a mentira eram claramente
separados. O progresso sempre estava ao lado da ciência. Enquanto outras
dimensões humanas eram classificadas de bruxaria, e por isso olhadas com
surpresa.
Não é isso que
acontece na vida real.
Dentro de cada
indivíduo e na trama da sociedade, a realidade é ambígua: o bem e o mal andam
de mãos dadas, misturam-se. Ora odiamos, ora amamos. O mesmo bandido que rouba
latifundiários tem bons sentimentos com as crianças, e o justiceiro louro,
montado em seu cavalo idem, pode ser mesquinho com seus pais e ter medo de
quarto escuro.
Quem está com a verdade? Quem está com a mentira?(O que você
acha?)
17 de ago de 2012
3 de ago de 2012
Bohol - Uma história de resistência.
Kim Komenich, SF Examiner, 1986 © Bancroft Library, U.C. Berkeley
Minha mãe conta esta história. A história da ilha de sua avó. A história de Bohol.
Francisco Dagohoy passou três dias assistindo o corpo do seu irmão apodrecendo ao sol. As Filipinas estavam sob o domínio colonial espanhol de 179 anos, mas foi nestes três dias que marcaram um ponto de ruptura para Franciso e por sua vez, o seu povo.
Era 1744 e o pároco espanhol que governou a ilha filipina de Bohol ordenou ao irmão Dagohoy que prende-se um de seus colegas nativos. Ao seguir estas ordens do irmão Dagohoy foi morto. Francisco trouxe o corpo de seu irmão de volta para o padre espanhol para que ele pudesse ser dado a ele um enterro católico digno. O padre se recusou.
Três dias depois, Francisco começou reunindo 3.000 Boholanos e suas famílias. Eles formaram uma comunidade fortificada nas montanhas. A partir desta fortaleza movida as pessoas conquistaram a independência de Bohol. Usando seus conhecimentos sobre as montanhas e as táticas de guerrilha ousadas, esses guerreiros recuperaram mais e mais a ilha de seus opressores espanhóis. Vinte consecutivos generais governadores espanhois tentaram esmagar a resistência. Cada um falhou.
Esta foi a bem sucedida revolta, primeiro filipino sob o domínio espanhol. Os Boholanos mantiveram a sua independência há 85 anos - a mais longa revolta na história da nação.
O escritor Thomas King diz: "A verdade sobre as histórias é que isso é tudo o que somos." Ele passa a citar o escritor nigeriano Ben Okri: "Vivemos histórias que tanto dão sentido às nossas vidas ou a nega com sentido. Se mudarmos as histórias que vivemos, muito possivelmente vamos mudar as nossas vidas. "
Em 1829 milhares de soldados espanhóis, armados com artilharia, finalmente conseguiu esmagar a revolta violentamente. No entanto, para cada Boholano livre que mataram, eles não podiam matar a história que suas vidas tinham deixado. A história de um povo que lutou e por três gerações criaram para si uma vida
livre da escravidão,
livre do racismo,
e livre de violência sexual nas mãos de seus opressores.
Por muitas gerações mais, essa história de resistência nos inspirou. Foi ainda está sendo contada duas gerações mais tarde, como o povo das Filipinas finalmente ganhou sua independência da Espanha. Ele ainda estava sendo dito cinco gerações mais tarde, quando dois milhões de filipinos se reuniram pacificamente nas ruas com sucesso derrubar uma ditadura de 20 anos.
Naquele dia, em 1986, o âncora da CBS Bob Simon relatou: "Nós, americanos, gostamos de pensar que ensinou a democracia filipinos. Bem, esta noite eles estão ensinando o mundo." A lição foi incorporada no gesto de mão, que veio a definir que a revolução não-violenta, uma mão levantada no ar, com o polegar eo indicador estendido. Não simboliza uma arma, mas um "L", para Labão.
Laban é a lição que aprendi com o povo de Bohol.
É a nossa palavra para a luta.
Sean Devlin é um ativista, cineasta e comediante de Vancouver, BC.
Tradução: Karina Meireles
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Agora uma fabulazinha
Me falaram sobre uma floresta distante onde uma história triste aconteceu no tempo em que os pássaros falavam, os urubus bichos altivos mas sem dotes para o canto resolveram mesmo contra a natureza que havia de se tornar grandes cantores.
Abriram escolas e importaram professores, aprenderam
dó
ré
mi
fá
sol
lá
si
Encomendaram diplomas e combinaram provas entre si para escolher quais deles passariam a mandar nos demais a partir daí criaram concursos, inventaram títulos pomposos, cada urubuzinho aprendiz sonhava um dia se tornar um ilustre urubu titular afim de ser chamado por vossa excelência.
Passaram-se décadas arte que a patética harmonia dos urubus maestros foi abalada com a invasão da floresta por canários tagarelas, que faziam coro com periquitos festivos e serenatas com sabiás. Os velhos urubus encrespados entortaram o bico e convocaram canários e periquitos para um rigoroso inquérito:
cade os documentos de seus concursos?
Indagaram, e os pobres passarinhos se olharam assustados... Nunca haviam freqüentado escola de canto pois o canto nascera com eles.
Seu canto era tão natural que nunca se preocuparam em provar que sabiam cantar naturalmente cantavam
Não, não, não assim não pode, cantar sem os documentos devidos é um desrespeito a ordem, bradaram os urubus.
E em um nisoro expulsaram da floresta os inofensivos passarinhos que ousavam cantar sem alvarás...
Moral da história: em terra de urubus diplomados não se ouve os cantos dos sabiás
Abriram escolas e importaram professores, aprenderam
dó
ré
mi
fá
sol
lá
si
Encomendaram diplomas e combinaram provas entre si para escolher quais deles passariam a mandar nos demais a partir daí criaram concursos, inventaram títulos pomposos, cada urubuzinho aprendiz sonhava um dia se tornar um ilustre urubu titular afim de ser chamado por vossa excelência.
Passaram-se décadas arte que a patética harmonia dos urubus maestros foi abalada com a invasão da floresta por canários tagarelas, que faziam coro com periquitos festivos e serenatas com sabiás. Os velhos urubus encrespados entortaram o bico e convocaram canários e periquitos para um rigoroso inquérito:
cade os documentos de seus concursos?
Indagaram, e os pobres passarinhos se olharam assustados... Nunca haviam freqüentado escola de canto pois o canto nascera com eles.
Seu canto era tão natural que nunca se preocuparam em provar que sabiam cantar naturalmente cantavam
Não, não, não assim não pode, cantar sem os documentos devidos é um desrespeito a ordem, bradaram os urubus.
E em um nisoro expulsaram da floresta os inofensivos passarinhos que ousavam cantar sem alvarás...
Moral da história: em terra de urubus diplomados não se ouve os cantos dos sabiás
